Society.

É saudável crer numa sociedade colorida pela homogeneidade, mas este pensamento só serve para o desconsolo da decepção.

Quando o confronto com a hipocrisia do parecer …
(Parecer é sempre um desvio, contrário à grande virtude de ser. Ser implica verdade, honestidade, autenticidade).

Jogos de poder encapotados, palavras simpáticas de traição, atitudes bonitas de ultrapassagem. Um afrontamento que se esconde … uma referência maldosa …
Esta é a nossa sociedade.

Mas afinal … é um vício instalado, uma prática comum. Quer-se viver experiências de facilidade e bem-estar. E se para isso for preciso esmagar, atropelar, dilacerar, e destroçar almas inculpadas, porque não? Toda a gente o faz …

Regozijamos que somos todos diferentes … Eu cá prefiro: para sermos diferentes, temos que saber ser diferentes! Nem o homem primitivo agia de maneira tão sôfrega e cruel. Até o homem primitivo sabia co-existir num ambiente de confiança e arrimo.
E assim desanimo por ver tão grave ferida social (mundial), uma cratera gigantesca no carácter de alguns.

Não preciso dizer mais: só um espírito obsoleto, tacanho e pouco esclarecido é capaz de se sentir superior ou mais merecedor que quem quer que seja.

Quem de esgelha o entende, uma gota de humanidade.
Quem o desdobra ou desconhece, um oceano de impurezas.
Mas ainda há quem não faça de conta :').

Bota brita.

Tudo se nos impõe, os acontecimentos sucedem sem apelar ao nosso parecer. Estamos condenados a vivê-los.

Olhem lá, já que não nos é dada hipótese de escolha noutra matéria, porque não preferir lidar com eles de forma sublime e venerável?

Bota brita e vamos p’ra longe, que longe destes turbilhões de adversidades é que se está bem. 
Bota brita e vamos p’ra frente, que a vida é fun e assim é que a devemos brindar.

(não, nada mudou desde há uns instantes. a minha filosofia de vida é que segue inteira, inabalável e espero que nunca mude – imprevisibilidade).


Excentricidade,
sou eu :).

Inquietação?

E assim tudo escapa, e à deriva permanecemos …
Sem nexo, sem alguma ou qualquer conexão com a racionalidade que tanto fascina o Homem.
Tanto querer, tanto lutar, tanto bem-fazer, para que nem uma singela dádiva atinja. Tanto esplendor, tanta grandeza, tanto carácter, só para que a dita se aterre.

Quem sabe a ventura se encarregue do que resta.                        (':D' isto tentarei nunca perder).

“Não há apenas recantos sombrios … Não há apenas o olhar sólido da desgraça …
Em que tudo parecem loucuras famintas de uma alma abandonada, que tudo sentem, e que nada trazem à razão.
Porque a chuva na realidade é uma tempestade. Uma tempestade de pensamentos inóspitos, de um ser incompleto.
Entretanto … nada mais resta do que tentar completar o (enorme) pedaço que parece faltar, e continuar inteiro sem fechar o coração às alegrias que ainda ficam gravadas, de quando em quando, mesmo se deveriam ser constantes e duradouras. Mas esse dia há-de chegar.” By me, longe daqui, em blog do Luís. E a isto insistirei em prender-me.

Talvez, mas não irá vencer e dominá-la-ei, com a liberdade de espirito que permanece (e reanima).
Porque para a melancolia se apoderar de nós, será preciso mais que um motivo.
Já basta existir uma causa que nos enfraqueça. É escusado acomodá-la.

Resposta difícil.

(Sim, resposta, porque perguntas, todas elas são fáceis).

Inutilmente, emitimos com frequência e em tons simpáticos (muitas vezes fingidos): “Então, tudo bem?”.

Os meros conhecidos fazem-no por indiferença, porque na realidade o seu desinteresse pela condição do emissor é quase inexistente. (Parece exagero? Não é.)
Os amigos com que lidamos e convivemos e de alguma maneira estabelecemos uma ligação distinta, incutem lhe uma pretensão atenciosa e podem, eventualmente, dar qualquer tipo de importância à inquietação do outro.
Aqueles que são irreconhecíveis, que vulgarmente designamos de verdadeiros e que dificilmente se distinguem numa multidão de conchegos vazios, na frivolidade de uma união nula, não estruturam essa pergunta. Já entendem, bem demais, a resposta. Se lhes importa, o nosso olhar autentifica-o. 

Tenho a dizer que a resposta é difícil, quando não se sabe como responder.

A meros conhecidos não revelamos qualquer episódio … qualquer circunstância que nos faça hesitar ao responder.
A amigos cuja substância não alcançamos, a resposta torna-se sinuosa e cruel, aflige a mais pequena fracção de alma. Imagens gravadas, pensamentos nefastos, tudo se abate naquele preciso momento.

E num inocente desvio à realidade respondo serenamente: “Sim, e contigo?”, esboçando um sorriso maquinal, nada instintivo.
Mas num atrito veloz, essa memória desvanece e tudo se regulariza.


Pergunta inútil.
(':

Selfish son of a crowd.

Olhar sincero, expressão descontrolada … 
Que ao mínimo tacto, sensibiliza. Um conflito íntimo, que estremece e sobressalta.
De um olhar profundo e vivido de criança a uma decepção melancólica? Como? Porquê?

Porque tu, para mim, podes ser estima e afeição. Mas para outros, nada mais que matéria de utilidade. Porque quem vive na ilusão, nada sabe, nada teme. Mas quem distingue a arrogância, não vislumbra mais nada.

E perde-se perdido, neste mundo extraviado …
E perde-se perdido, num elo vazio …

E dispersa na solidão, todo o seu assombro. Porque ninguém o socorre, porque ninguém o ampara … e permanece inocente na mágoa, na revolta de quem apenas cobiça: carinho e dedicação! Mas não tem … porque o estofo é muito, e o “eu” nesta multidão é descomunal …

(Obrigada ao Luís pela imagem ;D)

KIT-KAT , yei ! :p

Esboçando o sonho
De correr para o possível
Expulso de mim o medo
De pensar que é impossível

Sonhar é não viver entaipado neste mundo de desilusão. É ter o desaforo de, no ergástulo de sermos quem somos, desejar, querer e poder!
Nisto não sei se enlouqueço, por olhar e ver atravessado. Mas … bem de mim que não me esmorece a ânsia de sonhar. Bem de mim se me perturba e alegra a mais mísera gota de ambição … Mal do mundo se não atinge, que as ruas que pisa, são tortuosas e repletas de ludíbrios, mais escuros que os seus próprios pesadelos. Mal do mundo se não reconhece, que as suas quimeras na verdade não o são; que os seus sonhos, a realidade, isso sim, podem ser.

Por aqui … Há espelhos imundos, que a visão colecciona. Há vícios atados, que a gente destas paragens, acumula e consome. No mais baixo julgar de humanidade, no mais repugnante jogo de agitações. Mal da vida que se desperdiça! Se é que há vida nestes recantos sombrios …

Mas! Por trás de todo este acervo profano, que culmina na podridão, há um refúgio puro e inocente. Pois é com grande prazer que me abstenho deste lugar inóspito e gelado, e sonho …

(e assim ganhei um kit-kat, que me será presenteado amanhã; e assim começou a minha jornada para lugares distantes)