(Sim, resposta, porque perguntas, todas elas são fáceis).
Inutilmente, emitimos com frequência e em tons simpáticos (muitas vezes fingidos): “Então, tudo bem?”.
Os meros conhecidos fazem-no por indiferença, porque na realidade o seu desinteresse pela condição do emissor é quase inexistente. (Parece exagero? Não é.)
Os amigos com que lidamos e convivemos e de alguma maneira estabelecemos uma ligação distinta, incutem lhe uma pretensão atenciosa e podem, eventualmente, dar qualquer tipo de importância à inquietação do outro.
Aqueles que são irreconhecíveis, que vulgarmente designamos de verdadeiros e que dificilmente se distinguem numa multidão de conchegos vazios, na frivolidade de uma união nula, não estruturam essa pergunta. Já entendem, bem demais, a resposta. Se lhes importa, o nosso olhar autentifica-o.
Tenho a dizer que a resposta é difícil, quando não se sabe como responder.
A meros conhecidos não revelamos qualquer episódio … qualquer circunstância que nos faça hesitar ao responder.
A amigos cuja substância não alcançamos, a resposta torna-se sinuosa e cruel, aflige a mais pequena fracção de alma. Imagens gravadas, pensamentos nefastos, tudo se abate naquele preciso momento.
E num inocente desvio à realidade respondo serenamente: “Sim, e contigo?”, esboçando um sorriso maquinal, nada instintivo.
Mas num atrito veloz, essa memória desvanece e tudo se regulariza.
Pergunta inútil.
(':
1 comentários:
Está em cada um distinguir o significado de um "tudo bem" a quem a nós se dirige :')
Podia escrever e escrever, mas não vale a pena. Tudo o que diria, fizeste o favor de escrever ;D
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