É engraçado confrontar peças de fruta expostas em caixas de papelão ou de plástico empilhadas com um padrão que procura obter a mais aprazível e saborosa. Se é feia, naturalmente não será boa e se aparenta umas pintinhas castanhas insignificantes, então o mais provável é ter lepra e por isso não se pode ingerir!
Tentam escolher sempre as mais atraentes e bem-parecidas, e qual não é o seu espanto quando, refastelados à mesa, se apercebem de que aquela peça de fruta tão formosa, na realidade é desprovida de outra qualquer qualidade. Pois bem, que olhem e venerem a peça de fruta tão bonita que pela sua escassa acumulação de glicose, apenas serve para isso mesmo: para fogo-de-vista. Utilidade nem prová-la, nem cheirá-la.
Que fruta tão enganadora, não?!
(Todos nós somos peças inconstantes num mundo de peripécias atribuladas. Mais concretamente ... peças de fruta !
Estes rodeios todos para afirmar que uma grande parte da nossa sociedade escolhe e avalia os seres humanos com que se relaciona da mesma forma trivial que faz o abastecimento de fruta da semana lá para casa - que mente lerda a minha!)