Whole different dimension.

O frenesim da noite intromete-se mais do que devia ...
Movimentei-me em eco, vi-me a dobrar. O mesmo acto executado quase simultaneamente, com uma discordância insignificante de milésimas de segundo. Duas de mim, dois vultos desalinhados. Uma hesitação que entorpece no sobressalto. Uma sensação que quebrou o meu pensamento e estado inertes.
Pensei, repensei. Assombrei a minha inútil mente, e eis que do nada surge pouca coisa.

Um reflexo menosprezável do que nos importuna pede apenas um olhar de desprezo. O que se faz também se desfaz e o que se desfez também se refaz, da mesma matéria ou não. 
Não atino nas dimensões. Porque se há quem profira excessivamente o pronome pessoal “eu”, eu dispenso esta regalia, e fico-me pelo “tu” e quanto muito pelo “nós”.
Eu sou nada; o mundo é nada. É
bonito parecer que se é, mais bonito ainda é sê-lo. Mas há quem me seja muito, e não me possa ser. Mas tudo se fica pelo bonito. 
 
Efectivamente, o frenesim da noite insinua-se mais do que lhe incumbia. Talvez o frenesim da noite seja o mesmo frenesim do dia.

2 comentários:

Bruno disse...

Será a noite o dia, e o dia a noite? Pergunta parva que já um dia coloquei, e não sei se há resposta.

Duas Catarinas? Na, viste mal. Só há uma! :D

Margarida' disse...

'Eu sou nada; o mundo é nada. É bonito parecer que se é, mais bonito ainda é sê-lo. Mas há quem me seja muito, e não me possa ser. Mas tudo se fica pelo bonito.'

Só sabes escrever nas entrelinhas rapariga? É palavras caras, trocadilhos, consegues usar mais recursos estilísticos numa frase do que o Eça de Queirós num livro inteiro, e ele abusa :o

Opah apesar disso colei, é excelente, mesmo sabendo que a interpretação que dou a isto seja possivelmente bem diferente daquilo que pretendeste escrever.
Gostava só de uma explicação'zinha, se faz favor :)* A que te referes em 'tudo o que se desfez também se refaz'? (a)

Postar um comentário