(Des)ordem.

Já não tenho a estabilidade à qual sempre me podia agarrar, já não tenho a satisfação aparente de saber quem sou … sempre estive atulhada de filosofias peculiares, mas talvez acabasse por viver preceitos absurdos por esbarrar nas ambições dos outros e achar que também deveriam ser as minhas.

Dizes que me roubas juízo, mas na verdade ajudas-me a deixar a lucidez da vida em lume brando, a largar tudo de vez em quando e prender-me ao essencial.
O tempo passa: as pessoas vêm e vão. Mas entre as certezas nulas que tenho, atrevo-me a dizer que tu ficas. Dás-me mais de ti do que julgas, e se por acaso uma de nós se distancia, ambas sabemos que podemos voltar e tudo permanece na mesma.

Talvez seja pela tua intempérie de emoções, por desprezares frequentemente o teu lado demasiado lúcido e por não exigires de mim um comportamento exemplar que gosto tanto de ti. Gosto de ti e apego-me, mas também não espero nada de ti. Por isso, agradeço o muito que me dás sem eu nada esperar e deixares-me ser eu contigo.

Ficar? Ficas no coração, e sei que estás para quando eu precisar. E até lá, pode soar estranho, mas adoro essa tua não perfeição e deixo de parte a minha tendência para me preocupar com as pessoas. O que seria preocupante era não ter com quem me preocupar! Descobri que a tua pancada afinal é saudável como a minha e tenho pena de ti que agora não quero outra coisa.

Adoro-te, Beartiz! Mas sabes, não preciso de o dizer, porque o sinto ;)

2 comentários:

Margarida' disse...

Awesome! :D

Julian disse...

oohhhh que bonito :)
já pareces o Alberto Caeiro ;)

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